quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Campo de esterilização onde morreram 13 mulheres tinha instrumentos enferrujados

De acordo com testemunhas, o médico R.K Gupta teria feito mais de 80 cirurgias de laqueadura em apenas seis horas, em um hospital abandonado

Índia
Índia: campanha de esterilização faz parte dos esforços do governo para reduzir a população do país (EPA/EFE)
Subiu para treze o número de mulheres que morreram depois de operações realizadas por um médico acusado de usar instrumentos enferrujados em um “campo” de esterilização em massa na Índia, enfatizando os perigos do maior programa de cirurgia contraceptiva do mundo. As mulheres — entre as 83 que passaram pela cirurgia de laqueadura, com idades de 26 a 40 anos — adoeceram em um chamado campo de planejamento familiar no vilarejo de Pendari, no Estado de Chhattisgarh, região central do país, no sábado. Tais centros são montados regularmente na Índia como parte de um esforço de longa data para controlar a população do país, que cresce em ritmo acelerado.
A causa das mortes não ficou clara de imediato, mas autoridades disseram que as vítimas mostraram sinais de choque tóxico, possivelmente por causa de instrumentos cirúrgicos sujos ou de remédios contaminados. “Relatórios preliminares revelam que os medicamentos administrados eram falsos, e o equipamento usado estava enferrujado”, afirmou o principal funcionário do governo local, Siddharth Komal Singh Pardeshi.
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O médico envolvido no caso, R.K Gupta, foi acusado de operar mais de oitenta mulheres em seis horas com a ajuda de dois assistentes em um hospital particular abandonado, relataram as autoridades, violando diretrizes governamentais que limitam tais operações a trinta por dia. Nesta quarta-feira, o governo local procurou a polícia para denunciar Gupta por morte por negligência. A imprensa local afirmou que o médico culpou os remédios que as pacientes receberam posteriormente e negou ter cometido qualquer erro. Todas as mulheres operadas foram hospitalizadas para ficarem em observação. Delas, vinte estão em estado crítico, informaram médicos.
População — Com 1,2 bilhão de habitantes, a Índia vem promovendo esse tipo de campanha de esterilização como parte dos esforços para reduzir a população do país. A adesão é voluntária, mas funcionários do governo costumam dar incentivos financeiros para que a população se submeta ao procedimento. O alvo normalmente são comunidades pobres. Testemunhas contaram que na campanha do último sábado, funcionários ofereceram cerca de 50 reais para que as mulheres aderissem. Não é a primeira vez que esse tipo de incidente é registrado no país. Em janeiro de 2012, três homens foram presos no Estado de Bihar após realizarem cirurgias em 53 mulheres em um espaço de duas horas sem o uso de anestésicos. fonte:veja.com.br
(Com agência Reuters)

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